
Os integrantes do Maroon 5 já estavam compondo para seu terceiro disco quando "muitos elementos estranhos", como chama o cantor Adam Levine, entraram em ação e os colocaram na rota para "Hands All Over". O evento principal: uma chance de trabalhar com o produtor Robert John "Mutt" Lange, responsável por álbuns famosos de AC/DC, The Cars e Def Leppard, assim como de sua ex-esposa, Shania Twain. Era uma associação que a banda não tinha previsto, mas da qual não podia reclamar.
"Gosto de dizer que ele desceu do céu, em uma nuvem de fumaça, e disse: 'eu quero produzir este álbum'", diz Levine, "porque foi meio o que aconteceu. Ele fica na dele e não necessariamente sai da marcenaria a menos que realmente queira trabalhar em algo que o inspire. Daí ele disse: 'ei, eu quero mesmo produzir este álbum', e ficamos submissos diante do fato de ele ser quem ele é, dando ouvidos às suas opiniões e seguindo sua orientação. Estávamos curiosos demais para dizer 'não'".
O tecladista Jesse Carmichael concorda. "O fato de ele ter nos procurado fez com que ficássemos empolgados. Ele nos colocou em um estado mental diferente porque ele já produziu muitos álbuns extremamente bem-sucedidos. Ele podia olhar para o que tínhamos feito em nossos dois primeiros álbuns e dizer, 'tudo bem, nada mal, mas vamos tentar fazer algo realmente especial'".
Aqueles dois primeiros álbuns estavam longe de desleixados: "Songs About Jane" (2002), gravado depois que o quinteto de Los Angeles mudou seu nome de Kara's Flowers, recebeu quatro discos de platina, enquanto "It Won't Be Soon Before Long" (2007) ganhou dois discos de platina. O Maroon 5 vendeu 15 milhões de álbuns em todo o mundo e ganhou três prêmios Grammy, incluindo artista revelação em 2005, e entre seus sete sucessos Top 40 estão hits como "This Love" (2004), "She Will Be Loved" (2004) e "Makes Me Wonder" (2007), que chegou ao topo das paradas.
Devido ao sucesso, diz Levine, a banda sente menos pressão atualmente. "Nós já encontramos nosso lugar no mundo a esta altura", explica o cantor de 31 anos, natural de Los Angeles que conheceu Carmichael no Frenchwoods Festival of the Performing Arts Camp, em Hancock, Nova York. "Antes do segundo álbum eu diria para você que não estava nervoso, mas estava, e que não havia pressão, mas havia. Era meu trabalho demonstrar confiança e convencer todo mundo de que eu não estava pensando em coisas assim", ele conta.
Levine lembra que, desta vez, sentiram que já tinham vários hits, que venderam milhões de álbuns, que fizeram turnê por todo o mundo muitas vezes. "Nós tivemos uma vida incrível. Qualquer coisa que vier a acontecer daqui para frente é apenas o que é". Só que não foi fácil trabalhar com o exigente Lange, que é conhecido pelo esmero sônico detalhista de suas produções. "(Lange) almeja alto", diz Levine.
O cantor diz que o produtor quer atingir todo mundo em todos os países. "Ele não quer nivelar as coisas por baixo, mas gosta de tornar as coisas compreensíveis e acessíveis. E nós não pensamos em coisas assim. Eu penso em como estou me sentindo em um momento em particular ou o que quero expressar musicalmente. E acho que ele pegou esta música e realmente a ampliou, a tornando maior do que era antes".
"Hands All Over" é certamente o álbum mais diverso do Maroon 5 até o momento, incluindo desvios como a faixa título de hard rock, a faixa country "Out of Goodbyes" --ma colaboração com a banda country de sucesso Lady Antebellump-- e o pop com sabor anos 60, "Stutter". "Nós amamos todos os estilos de música", diz Carmichael, 31 anos, nascido no Colorado. "Um dia nós podemos nos ver mais interessados em algo estilo country, no outro pode ser um território tipo Michael Jackson, e assim por diante. (Lange) estava ligado nisso e nos encorajou"
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