DACAR - O músico senegalês Souleymane Diouf, em greve de fome desde o dia 2 de agosto, disse nesta quarta-feira que está pronto para morrer se não receber pelo álbum que gravou em homenagem ao presidente Abdoulayé Wade em 2007.
"Sei que vou morrer, porque nunca serei pago", declarou à AFP um visivelmente frágil Diouf, de 39 anos, esforçando-se para manter as costas eretas enquanto é entrevistado no lobby de um hotel no centro de Dakar.
Casado e pai de quatro filhos, Diouf contou ter sido obrigado a se abrigar no hotel depois que "a chuva o expulsou" da Independence Square, do outro lado da rua, local escolhido para seu protesto.
O músico está em greve de fome desde 2 de agosto para pedir o pagamento dos 30 milhões de francos CFA (45.700 euros) devidos pelo Partido Democrático Senegalês (PDS), atualmente no poder. O dinheiro corresponde a um disco produzido na véspera das eleições presidenciais de fevereiro de 2007 em homenagem a Wade.
Pouco depois do pleito, Diouf descobriu que seu álbuns havia sido pirateado, e que o chefe do departamento de propaganda do PDS, Farbo Senghor, produzira 5.000 cópias.
De acordo com a organização de defesa dos direitos humanos Raddho, os CDs foram distribuídos para partidários de Wade "sem o consentimento, e obviamente sem que um centavo do lucro" fosse destinado a Diouf.
O músico levou o caso à justiça senegalesa, que decidiu pelo pagamento de 30 milhões de francos CFA.