Seu mais recente álbum pegou até mesmo ele de surpresa, reconhece Carlos Santana. "Nunca imaginei algo assim", diz o lendário guitarrista do rock. "Guitar Heaven: The Greatest Guitar Classics of All Time" encontrou o virtuoso veterano tocando 12 clássicos do rock, da autoria de AC/DC, Beatles, Cream, Rolling Stones e outros em colaboração com diversos cantores, até mesmo o rapper Nas e o violoncelista Yo-Yo Ma.
Ideia do executivo Clive Davis, da Sony Music, ele não difere do disco ganhador do Grammy de Santana, "Supernatural" (1999), e seus sucessores igualmente repletos de convidados, "Shaman" (2002) e "All That I Am" (2005). Mas mesmo Santana diz que a perspectiva de caminhar por esse terreno musical o deixou desconfortável. "Clive me atraiu para sua paixão suprema", diz Santana, de 63 anos, que nasceu no México e cresceu em San Francisco. "Eu não sabia se queria fazer isso, era um tanto desafiador, tinha um pouco de medo".
Davis trabalhou com Santana no início de sua carreira e sabia como acalmar seus temores. "Ele disse: 'veja, Carlos, 'Black Magic Woman' (1970) e Peter Green. 'Evil Ways' (1969) e Willie Bobo. 'Oye Como Va' (1970) e Tito Puente. Você tem feito isso a vida toda'", lembra Santana. "Então comecei a perceber que, de novo, alguém com uma paixão tão intensa não poderia estar errado. Ele me convenceu a encarar sem medo, confiei nele e este milagre incrível surgiu".
Mas mesmo milagres exigem trabalho árduo. Santana e Davis escolheram cada um metade das faixas de "Guitar Heaven", trabalhando a partir de uma relação que Davis fez utilizando as listas de maiores guitarristas e maiores canções de rock da revista "Rolling Stone". Ele ri, lembrando que o mesmo aconteceu com "Smooth" (1999), que se transformou em um grande sucesso e ganhou três prêmios Grammy. "Clive me dizia: 'você não confiou em mim em 'Smooth' e veja o que aconteceu'. Ele sempre esfrega as coisas na minha cara quando está certo", diz Santana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário